quinta-feira, maio 29, 2008
quarta-feira, maio 28, 2008
domingo, maio 25, 2008
sábado, maio 24, 2008
A ciência de ver
Vive
Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.
Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
quinta-feira, maio 22, 2008
segunda-feira, maio 19, 2008
sábado, maio 17, 2008
Nazaré
Nazaré
Arremesso de sal,
opalino horizonte,
azulina frescura.
Silhueta-encanto,
escarpado navegante,
aurirrósea figura.
Cúmulos de leite,
salpicos de luz,
cambiante ternura.
Denudada renda,
náufrago veludo,
contorno-Bojador.
Mito de sete-saias,
bailado de poesia,
murmúrio multicolor.
Nau enviuvante,
atlântico cântico,
nívea concha de luto.
Rumor-gesto-marino,
penhasco lusitano,
intrépido fruto.
Armando Macatrão
sexta-feira, maio 16, 2008
quinta-feira, maio 15, 2008
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