domingo, dezembro 31, 2006

Adeus 2006

sábado, dezembro 30, 2006

Estrelícia

terça-feira, dezembro 26, 2006

FELIZ NATAL! FELIZ NATAL!





Há na terra alegria.
Lá em Belém nasceu Jesus
Nasceu o Deus Menino.

Os Anjos cantam seu louvor,
Ao Deus da Paz e do Amor!
Feliz Natal! Feliz Natal!
A paz seja na terra.

sábado, dezembro 23, 2006

domingo, dezembro 17, 2006

Feliz Natal

Auto de Natal das crianças da catequese - Paróquia da Lombada (Santa Cruz)


O Natal presente

Natal envolve-nos tanto,
porque no olhar frágil e terno de Jesus-Menino
reencontramo-nos a nós próprios e sentimos, mais profundamente,
aquilo que a nossa vida é chamada a ser.

Ao olhar de um adulto facilmente conseguimos escapar.
Mas quando este Deus-Criança nos olha,
a verdade é que ficamos desarmados,
desarrumados nas nossas certezas,
pois percebemos que temos andado longe, adiado e complicado
o segredo da vida, que afinal é tão simples.

O segredo que diz: «Podes nascer (re-nascer) hoje.
Deixa que Jesus acorde em ti a música adormecida do Amor».
Pois, não o esqueçamos: o verdadeiro presente do Natal é tornar o Natal presente.


José Tolentino Mendonça

domingo, dezembro 10, 2006

Ave, Maria

«Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo»
NATAL... NATAIS

Tu, grande Ser,
Voltas pequeno ao mundo.
Não deixas nunca de nascer !
Com braços, pernas, mãos, olhos, semblante,
Voz de menino.
Humano o corpo e o coração divino

Natal... Natais...
Tantos vieram e se foram !
Quantos ainda verei mais ?
Em cada estrela sempre pomos a esperança
De que ela seja mensageira,
E a sua chama azul encha de luz a terra inteira.
Em cada vela acesa, cada casa, pressentimos
Como um anúncio de alvorada;
E em cada árvore de estrada
Um ramo de oliveira;
E em cada gruta o abrigo da criança omnipotente;
E no fragor do vento falas de anjo, e no vácuo
De silêncio da noite Estriada de súbitos clarões,
A presença de Alguém cuja forma é precária
E a sua essência, eterna.

Natal... Natais...
Tantos vieram e se foram !
Quantos ainda verei mais ?


Cabral do Nascimento

Ver o Natal Madeirense: http://www.ceha-madeira.net/natal/festa.html

domingo, dezembro 03, 2006

O navio de espelhos



O navio de espelhos


O navio de espelhos
não navega cavalga

Seu mar é a floresta
que lhe serve de nível

Ao crepúsculo espelha
sol e lua nos flancos

Por isso o tempo gosta
de deitar-se com ele

Os armadores não amam
a sua rota clara

(Vista do movimento
dir-se-ia que pára)

Quando chega à cidade
nenhum cais o abriga

O seu porão traz nada
nada leva à partida

Vozes e ar pesado
é tudo o que transporta

(E no mastro espelhado
uma espécie de porta)

Seus dez mil capitães
têm o mesmo rosto

A mesma cinta escura
o mesmo grau e posto

Quando um se revolta
há dez mil insurrectos

(Como os olhos da mosca
reflectem os objectos)

E quando um deles ala
o corpo sobre os mastros
e escruta o mar do fundo

Toda a nave cavalga
(como no espaço os astros)

Do princípio do mundo
até ao fim do mundo


Mário Cesariny

sexta-feira, dezembro 01, 2006

1º de Dezembro de 1640




A Revolução

Ao bater das nove horas abrem-se as portinholas dos coches, saltam os fidalgos o sobem de corrida as escadas do paço. Investem pela sala da guarda, apanhando os soldados de surpresa. Um deles, assomando-se à varanda do palácio gritou: «Liberdade! Liberdade!
Viva el-rei D. João IV! O duque de Bragança é o nosso legítimo rei!»
Chegaram finalmente os conspiradores à porta dos aposentos de Miguel de Vasconcelos. Vendo que a porta não se abria, começaram a despedaçá-la com machados. Miguel de Vasconcelos, sentindo a morte próxima, escondeu-se dentro de um armário. Descoberto, uns desfecharam contra ele as pistolas, outros atravessaram-no com as espadas. Uns criados, mal o viram cair no chão, arremessaram-no por uma janela.

Rebelo da Silva, História de Portugal nos séculos XVII e XVIII (adaptado)

A Banda Municipal de Santa Cruz, (Fundada em 08 de Dezembro de 1887), tem por tradição festejar o Dia da Restauração - em parceria com o Município, Junta de Freguesia e Casa do Povo.
Saindo da sua sede pelas 6h da manhã, percorre as ruas da Cidade tocando o Hino da Restauração (havendo um simulacro da tomada do paço na Câmara Municipal) e termina com um convívio com toda a população que tomou parte neste evento.

HINO DA RESTAURAÇÃO


Portugueses celebremos
O dia da redenção
Em que valentes guerreiros
Nos deram livre a Nação

A fé dos Campos de Ourique
Coragem e valor
Aos famosos de 40
Que lutaram com ardor

Prá frente
Prá frente
Repetir saberemos
As proezas portuguesas

Avante, avante
É a voz que soará triunfal

Vá avante mocidade
De Potrugal - bis

terça-feira, novembro 28, 2006

"Doce"

- Quem quer fruta doce?
- Mostre lá! Que é isso?
- É doce coberto;
É manjar divino.

(Excerto dum poema de Jerónimo Baía)

domingo, novembro 26, 2006

ACR


"SIM À VIDA, conferência organizada pela Acção Católica Rural (ACR), realizada hoje 26/11/06, com o Pe. doutor Roque Cabral na Paróquia da Lombada - Santa Cruz.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Rómulo de Carvalho

Pedra filosofal


Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos,
que em oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho alacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que foça através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão de átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que o homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

António Gedeão

quinta-feira, novembro 23, 2006

Viagens

Viagem


Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).

Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura.
O que importa é partir, não é chegar.


Miguel Torga

quarta-feira, novembro 22, 2006

Cogumelo



Bucólica


A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

Miguel Torga