Tu, grande Ser,
Voltas pequeno ao mundo.
Não deixas nunca de nascer !
Com braços, pernas, mãos, olhos, semblante,
Voz de menino.
Humano o corpo e o coração divino
Natal... Natais...
Tantos vieram e se foram !
Quantos ainda verei mais ?
Em cada estrela sempre pomos a esperança
De que ela seja mensageira,
E a sua chama azul encha de luz a terra inteira.
Em cada vela acesa, cada casa, pressentimos
Como um anúncio de alvorada;
E em cada árvore de estrada
Um ramo de oliveira;
E em cada gruta o abrigo da criança omnipotente;
E no fragor do vento falas de anjo, e no vácuo
De silêncio da noite Estriada de súbitos clarões,
A presença de Alguém cuja forma é precária
E a sua essência, eterna.
Natal... Natais...
Tantos vieram e se foram !
Quantos ainda verei mais ?
Cabral do Nascimento
Ver o Natal Madeirense: http://www.ceha-madeira.net/natal/festa.html
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