domingo, abril 29, 2007

Interior da Catedral de Santiago Compostela










Catedral de Santiago de Compostela





sexta-feira, abril 27, 2007

Barcos no rio Minho






Barco negro

De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada n'areia
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração.


Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas
Dizem as velhas da praia, que não voltas:

São loucas! São loucas!

Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.

No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo.


David Mourão-Ferreira

quinta-feira, abril 26, 2007

Rio Minho



Onde porei meus olhos que não veja


Onde porei meus olhos que não veja
A causa, donde nasce meu tormento?
A que parte irei co pensamento
Que para descansar parte me seja?

Já sei como se engana quem deseja,
Em vão amor, firme contentamento:
De que nos gostos seus, que são de vento,
Sempre falta seu bem, seu mal sobeja.

Mas inda, sobre claro desengano,
Assim me traz esta alma sojigada,
Que dele está pendendo o meu desejo...

E vou de dia em dia, de ano em ano,
Após um não sei quê, após um nada:
Que, quanto mais me chego, menos vejo!



Diogo Bernardes