quarta-feira, dezembro 31, 2008

Feliz ANO


sexta-feira, dezembro 26, 2008

Virgem do Parto, oh Maria




Virgem do Parto, oh Maria,
Senhora da Conceição,
Dai-nos as festas felizes,
A paz e a salvação.
Bendita, bendita,
Mil vezes e mais,
Avé ó Maria,
Bendita sejais.
Cantemos, cantemos,
Cheios de alegria,
Louvemos ó doce,
Nome de Maria,
Anjos e Pastores,
Vinde em harmonia,
P'ra louvar o Parto,
Da Virgem Maria.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Feliz Natal






Aqui de joelhos,
Aos pés de Maria,
Lhe rendemos graças,
Com muita alegria.

Baixai lá dos céus,
Menino adorado,
Nascido num presépio,
Para nós humanado.

Dai-nos Vosso Filho,
Ó Virgem Maria,
Rainha dos céus,
E da terra alegria

domingo, dezembro 21, 2008

Missas do Parto



















As Missas do Parto são celebradas entre 16 e 24 de Dezembro, preferencialmente bem cedo de manhã, antes do alvorecer, e destinam-se a invocar os nove meses de gravidez da Virgem Maria.


Estas celebrações, praticadas em todas as paróquias da Madeira, são realizadas na transição da noite para o dia para conferir o simbolismo de que o menino Jesus é a luz que nasce para o mundo inteiro.


Estas missas, consideradas como a adaptação local das Novenas ao Menino Jesus praticadas nos séculos XVIII e XIX no Norte de Portugal, fazem parte da tradição religiosa da Madeira e culminam com a Missa do Galo, anunciadora do nascimento de Jesus.


As Missas do Parto são muito participadas, quer no seu ritual religioso, com entoações de cânticos antigos que especialistas, entre os quais o padre Pita Ferreira ("O Natal na Madeira"), admitem poder remontar à época do povoamento do arquipélago, quer na parte lúdica e pagã, com grandes convívios nos adros das igrejas, onde não faltam os comes-e-bebes e a música de cariz popular.


"Confirmei que as Missas do Parto estão tão metidas na alma desta gente, que são expressão de uma fé, que é viva, de uma fé que é uma tradição muito grande e, por isso mesmo, é arreigada e profunda", disse à comunicação social D. António Carrilho, no final da celebração eucarística.


O bispo do Funchal revelou ter gostado desta tradição por ter sentido que, "aqui, o Natal tem Jesus no centro pois, se não tiver, deixou de ter o sentido de Natal".

Fonte: RTP

domingo, novembro 30, 2008

O mistério da luz fustiga-nos os olhos









Vestígios


noutros tempos

quando acreditávamos na existência da lua

foi-nos possível escrever poemas e

envenenávamo-nos boca a boca com o vidro moído

pelas salivas proibidas - noutros tempos

os dias corriam com a água e limpavam

os líquenes das imundas máscaras



hoje

nenhuma palavra pode ser escrita

nenhuma sílaba permanece na aridez das pedras

ou se expande pelo corpo estendido

no quarto do zinabre e do álcool - pernoita-se



onde se pode - num vocabulário reduzido e

obsessivo - até que o relâmpago fulmine a língua

e nada mais se consiga ouvir



apesar de tudo

continuamos e repetir os gestos e a beber

a serenidade da seiva - vamos pela febre

dos cedros acima - até que tocamos o místico

arbusto estelar

e

o mistério da luz fustiga-nos os olhos

numa euforia torrencial


Al-Berto

segunda-feira, novembro 24, 2008

O ciclo da vida

















Cores de Outono

O Verão foi-se despedindo.
O frio chegou.
O Tempo mudou.
Uma nova estação está abrindo.

As árvores vão-se despindo
das suas folhas amarelecidas,
folhas do verde desvanecidas
que, suavemente, vão caindo.

O chão vai-se cobrindo
de pequenas folhas envelhecidas
ora amarelas ora tingidas
de verde, castanho, vermelho se esvaindo.

A vida destas folhas se esvaindo
cobre, protege as sementes encolhidas
no solo húmido, escondidas.
O Ciclo da Vida continua infindo.


António Fernando Vilar Barbosa




quarta-feira, novembro 19, 2008

Se eu quiser falar com Deus

Dias realmente úteis

Às vezes, demasiadas vezes,
a vida assemelha-se a uma repartição cinzenta,
onde os horários se cumprem sem empenho.
Estamos, mas sem compromisso íntimo.
Falamos e fazemos,
mas sentindo o nosso interesse noutro lado.
Vivemos, claro, mas com o coração distante.

Como é necessário tornar realmente úteis
os dias úteis!

Úteis não apenas por imposição do calendário.
Úteis, porque vividos com generosidade e sentido.
Úteis, porque não os atropelamos
na voragem das solicitações,
na dispersão das coisas,
mas sabemos (ou melhor, ousamos) fazer deles
lugar de criação e descoberta,
modo de acção e de contemplação.

É preciso acolher o «inútil»
Se quisermos chegar ao verdadeiramente útil.


José Tolentino Mendonça

segunda-feira, novembro 10, 2008

Cores do Outono










Voz de Outono

Ouve tu, meu cansado coração;
O que te diz a voz da Natureza:
— «Mais te valera, nu e sem defesa,
Ter nascido em aspérrima solidão,

Ter gemido, ainda infante, sobre o chão
Frio e cruel da mais cruel deveza,
Do que embalar-te a Fada da Beleza,
Como embalou, no berço da Ilusão!

Mais valera à tua alma visionária
Silenciosa e triste ter passado
Por entre o mundo hostil e a turba vária,


(Sem ver uma só flor, das mil, que amaste)
Com ódio e raiva e dor... que ter sonhado
Os sonhos ideais que tu sonhaste!» —


Antero de Quental