Sonhei contigo
Sonhei contigo uma vez
Tu não crês?
Acredita que é verdade.
Pois dum sonho assim, quem há-de
Duvidar?
Dum sonho que é todo encanto…
(Quão risonho eu me levanto
Nesse dia…)
Crê, meu Bem, toda a mágoa
Que possas imaginar
Sonhei eu.
Sonhei contigo uma vez
E fiquei tão radiante,
Diamante,
Que sonhei duas e três
E vinte vezes; pudera,
Primavera.
Não havia de sonhar
Contigo – que és toda luz
A brilhar!
Que és farol que me conduz
A amar!...
Crê, meu Bem, sonhei contigo
E não foi uma só vez,
Foram tantas quantas lês
No que eu digo.
Agora resta, verbena,
Saber se valerá a pena
Na quimera
Docemente confiar…
Ó Deus meu, oh quem me dera
Continuar, gerebera,
A «sonhar».
Marílio de Valdívia
(João Emiliano Vasconcelos)
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